U.E.R.J
– PEDAGOGIA – 6º PERÍODO – 2013 – TURNO DA NOITE.
INFORMÁTICA
E EDUCAÇÃO II PROF.:
DANIELA
ALUNA:
JOSÉLIA LANNES RESENHA
Desafios
Culturais da Comunicação à Educação
Jesús Martin Barbero
Neste artigo, Jesús Martin Barbero,
trata das preocupações em relação à falta de compreensão na elaboração de
políticas, na Colômbia, sobre como o campo da comunicação pode atuar frente aos
desafios na Educação Escolar.
O autor, fala sobre os desafios que as
novas tecnologias da Comunicação geram para a Educação e que as dificuldades existentes
não podem ser deixadas de lado caso se queira formar cidadãos que sejam livres
e capazes de se representarem de forma autônoma na sociedade.
Ele discute as dificuldades e
principalmente a incapacidade de a escola alterar sua relação com a produção e
aquisição de conhecimento.
O modelo de comunicação predominante na
escola é vertical e autoritário na relação entre professores e alunos, e linear
sequencial na forma de aprendizagem impedindo que se abra de maneira a
enriquecer-se com as novas linguagens dos meios de comunicação.
O autor também faz rejeição ao fato da escola
adquirir equipamentos e tecnologias, com o objetivo de ilustração, sempre dos
mesmos conteúdos, destacando que a escola precisa alterar suas formas de
relacionamento com os jovens, com o conhecimento e com o conjunto da sociedade.
Tais mudanças admitem que se entenda a centralidade dos processos de
comunicação para capacitar o jovem de forma a adquirir uma mentalidade crítica, fazendo-o, de maneira
cidadã, ler o mundo.
O texto chama atenção por conter
reflexões, visões e constatações mais atuais que muitos estudos acerca da
relação mídia-educação, ou tecnologia e educação.
“Diante de um professor que sabe recitar
muito bem sua lição, hoje senta-se um alunado que, por osmose com o meio
ambiente comunicativo, está embebido de outras linguagens, saberes e escrituras
que circulam pela sociedade”.
O autor afirma que os mais jovens têm
maior empatia cognitiva e expressiva com as tecnologias e com os novos modos de
perceber o espaço e o tempo, a velocidade e a lentidão, o próximo e o distante.
Assim, a comunicação precisa deixar de ser vista como fenômeno tão somente
midiático, de função instrumental, para integrar dinâmicas formativas e planos
de aprendizagem.
“Gente livre, significa gente capaz de
saber ler a publicidade e entender para que serve, e não gente que deixa
massagear o próprio cérebro; gente que seja capaz de distanciar-se da arte que
está na moda, dos livros que estão na moda; gente que pense com a própria
cabeça, e não com as ideias que circulam ao seu redor. (...) A educação é
moderna à medida que é capaz de desenvolver sujeitos autônomos.”
Não podemos negligenciar a presença dos meios de
comunicação no cotidiano das pessoas e como exercem influência sobre elas.
Assim o educador deverá aparecer neste novo contexto, buscando entender os
processos midiáticos utilizando-os, acima de tudo, para estimular em seus educandos reflexões críticas sobre o conteúdo
e a realidade em que estes estão inseridos.
Num momento em que a utilização dos meios de
comunicação e da tecnologia da informação proporciona ambientes de aprendizagem
que vão além da aquisição dos conhecimentos escolares, um educador deve,
portanto, estar aberto a novas metodologias, ser criativo, se adaptar a
situações distintas e inusitadas que venham a surgir, ser interessado em
atualizar seus conhecimentos e, principalmente, constituir uma visão consciente
dos meios de comunicação e novas tecnologias.
Junto às tecnologias educacionais deve andar a
formação permanente. Por isso, a aprendizagem torna-se desafio contínuo e é
fundamental que os profissionais se preparem para novos desafios, buscando mais
do que os procedimentos escolares
costumeiros.
Refletir e propor ações para que os educadores
utilizem essas inovações midiáticas
que tanto agradam os educandos deve ser a provocação que move um educador
atualmente, principalmente a utilizar os recursos de forma adequada, promovendo
uma reflexão crítica.
Além de
estarem abertos às novas tecnologias, estes profissionais devem ter uma atitude
crítica frente aos fatos ocorridos em sociedade, promovendo em sala de aula debates
sobre ética, política, democracia e direitos, visando à formação para a
cidadania. Mais do que a utilização das ferramentas comunicacionais no ensino,
a educação cria um ambiente propício ao diálogo e ao relacionamento
interpessoal
Educadores distantes da tecnologia e de seu uso, se
distanciam cada vez mais dos educandos que, por sua vez, consideram as escolas
chatas e vazias de aprendizagens significativas. Por isso é de fundamental
importância a questão da formação ou capacitação de educadores para atuarem na
educação formal e não formal utilizando os recursos midiáticos disponíveis nesta sociedade
conhecida como Sociedade da Informação.
Assim sendo, nosso Blog tem como objetivo auxiliar
os educadores com ideias para a aplicação das novas tecnologias em seus
planejamentos diários de aula e o compartilhamento com outros profissionais da
área de educação, suas
produções (trabalhos, artigos, atividades educativas, vídeos, entre outros),
experiências e conhecimentos.
Entendemos que o professor deve ser
sempre um pesquisador, não só de conhecimentos científicos e metodológicos, mas
também da sua própria prática pedagógica, investigando e estudando seu campo de
atuação, produzindo conhecimento e transformando a informação em conhecimento
que ajude o educando a pensar de forma autônoma sobre o que lhe está sendo
ensinado.
Nesta perspectiva, acreditamos que o
professor, assumindo esse papel de pesquisador e produtor de conhecimentos,
poderá utilizar as novas tecnologias como recursos educativos em sala de aula.
Jesús Martín-Barbero é semiólogo,
antropólogo e filósofo colombiano, um dos expoentes nos Estudos Culturais
contemporâneos. É autor do livro “Dos Meios às Mediações”.