terça-feira, 3 de dezembro de 2013

U.E.R.J – PEDAGOGIA – 6º PERÍODO – 2013 – TURNO DA NOITE.

INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO II               PROF.: DANIELA

ALUNA: JOSÉLIA LANNES                                                                          RESENHA


Desafios Culturais da Comunicação à Educação
Jesús Martin Barbero


Neste artigo, Jesús Martin Barbero, trata das preocupações em relação à falta de compreensão na elaboração de políticas, na Colômbia, sobre como o campo da comunicação pode atuar frente aos desafios na Educação Escolar.
O autor, fala sobre os desafios que as novas tecnologias da Comunicação geram para a Educação e que as dificuldades existentes não podem ser deixadas de lado caso se queira formar cidadãos que sejam livres e capazes de se representarem de forma autônoma na sociedade.
Ele discute as dificuldades e principalmente a incapacidade de a escola alterar sua relação com a produção e aquisição de conhecimento.
O modelo de comunicação predominante na escola é vertical e autoritário na relação entre professores e alunos, e linear sequencial na forma de aprendizagem impedindo que se abra de maneira a enriquecer-se com as novas linguagens dos meios de comunicação.
O autor também faz rejeição ao fato da escola adquirir equipamentos e tecnologias, com o objetivo de ilustração, sempre dos mesmos conteúdos, destacando que a escola precisa alterar suas formas de relacionamento com os jovens, com o conhecimento e com o conjunto da sociedade. Tais mudanças admitem que se entenda a centralidade dos processos de comunicação para capacitar o jovem de forma a adquirir  uma mentalidade crítica, fazendo-o, de maneira cidadã, ler o mundo.
O texto chama atenção por conter reflexões, visões e constatações mais atuais que muitos estudos acerca da relação mídia-educação, ou tecnologia e educação.

“Diante de um professor que sabe recitar muito bem sua lição, hoje senta-se um alunado que, por osmose com o meio ambiente comunicativo, está embebido de outras linguagens, saberes e escrituras que circulam pela sociedade”.

O autor afirma que os mais jovens têm maior empatia cognitiva e expressiva com as tecnologias e com os novos modos de perceber o espaço e o tempo, a velocidade e a lentidão, o próximo e o distante. Assim, a comunicação precisa deixar de ser vista como fenômeno tão somente midiático, de função instrumental, para integrar dinâmicas formativas e planos de aprendizagem.

“Gente livre, significa gente capaz de saber ler a publicidade e entender para que serve, e não gente que deixa massagear o próprio cérebro; gente que seja capaz de distanciar-se da arte que está na moda, dos livros que estão na moda; gente que pense com a própria cabeça, e não com as ideias que circulam ao seu redor. (...) A educação é moderna à medida que é capaz de desenvolver sujeitos autônomos.”

Não podemos negligenciar a presença dos meios de comunicação no cotidiano das pessoas e como exercem influência sobre elas. Assim o educador deverá aparecer neste novo contexto, buscando entender os processos midiáticos utilizando-os, acima de tudo, para estimular em seus  educandos reflexões críticas sobre o conteúdo e a realidade em que estes estão inseridos.
Num momento em que a utilização dos meios de comunicação e da tecnologia da informação proporciona ambientes de aprendizagem que vão além da aquisição dos conhecimentos escolares, um educador deve, portanto, estar aberto a novas metodologias, ser criativo, se adaptar a situações distintas e inusitadas que venham a surgir, ser interessado em atualizar seus conhecimentos e, principalmente, constituir uma visão consciente dos meios de comunicação e novas tecnologias.
Junto às tecnologias educacionais deve andar a formação permanente. Por isso, a aprendizagem torna-se desafio contínuo e é fundamental que os profissionais se preparem para novos desafios, buscando mais do que os procedimentos escolares costumeiros.
Refletir e propor ações para que os educadores utilizem essas inovações midiáticas que tanto agradam os educandos deve ser a provocação que move um educador atualmente, principalmente a utilizar os recursos de forma adequada, promovendo uma reflexão crítica.
 Além de estarem abertos às novas tecnologias, estes profissionais devem ter uma atitude crítica frente aos fatos ocorridos em sociedade, promovendo em sala de aula debates sobre ética, política, democracia e direitos, visando à formação para a cidadania. Mais do que a utilização das ferramentas comunicacionais no ensino, a educação cria um ambiente propício ao diálogo e ao relacionamento interpessoal
Educadores distantes da tecnologia e de seu uso, se distanciam cada vez mais dos educandos que, por sua vez, consideram as escolas chatas e vazias de aprendizagens significativas. Por isso é de fundamental importância a questão da formação ou capacitação de educadores para atuarem na educação formal e não formal utilizando os recursos midiáticos disponíveis nesta sociedade conhecida como Sociedade da Informação.
Assim sendo, nosso Blog tem como objetivo auxiliar os educadores com ideias para a aplicação das novas tecnologias em seus planejamentos diários de aula e o compartilhamento com outros profissionais da área de educação, suas produções (trabalhos, artigos, atividades educativas, vídeos, entre outros), experiências e conhecimentos.
Entendemos que o professor deve ser sempre um pesquisador, não só de conhecimentos científicos e metodológicos, mas também da sua própria prática pedagógica, investigando e estudando seu campo de atuação, produzindo conhecimento e transformando a informação em conhecimento que ajude o educando a pensar de forma autônoma sobre o que lhe está sendo ensinado.
Nesta perspectiva, acreditamos que o professor, assumindo esse papel de pesquisador e produtor de conhecimentos, poderá utilizar as novas tecnologias como recursos educativos em sala de aula.










Jesús Martín-Barbero é semiólogo, antropólogo e filósofo colombiano, um dos expoentes nos Estudos Culturais contemporâneos. É autor do livro “Dos Meios às Mediações”.



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