Cuidado, Escola!
Ao efetuar uma crítica ao contemporâneo sistema de educação nacional, o livro Cuidado, Escola!, visa contemplar uma instância de caráter imprescindível na dinâmica escolar: a ausência de uma metodologia crítica, que incite a reflexão e a contextualização de elementos que corroborem o cotidiano dos educandos, logrando-lhes maior ímpeto em suas observações e inferências acerca das temáticas em questão.
Não se discute, evidente, o cronograma específico, de vital preponderância para a emancipação do processo educacional. Discute-se, entretanto, a metodologia com a qual este é aplicado.
Em verdade, inexiste uma metodologia respaldada em preceitos psico-pedagógicos, que potencialize no educando suas aptidões e capacidades. O que se desenvolve, desenvolve-se apenas enquanto reflexo do que há: um sistema educacional falho, incongruente e ineficaz de abarcar as diversividades dos educandos, suas instâncias situacionais e seus dispositivos existenciais, que se materializam nas formas de agir e viver, mediantes datadas circunstâncias de cada um.
O livro, portanto, procura aferir não uma metodologia específica, mas a potencialidade das metodologias em questão, pois o ato de fazer apenas dar-se-á mediante a militância daqueles que a propiciam, no que é inviável uma militância descompromissada, que apenas se assente na "zona de conforto", esvaindo-se do arcabouço de recursos, na eminência de uma sociedade em pleno desenvolvimento tecnológico e, para além disto, numa sociedade na incidência dos aparelhos institucionais que visam, cada vez mais, capacitar profissionais para uma retomada de postura, um outro olhar; olhar este negligenciado por aqueles que pela escuridão que habitam, já nada contemplam, exceto a si próprio, conquanto douto em saberes e potências.
Há, portanto, não a necessidade da crítica ao sistema atual, pois de meras críticas a lugar algum se chega. Há, deste modo, a necessidade de se refletir sobre o que há, e não sobre o que está "havendo". A emergência é para o agora, de modo circunstancial, e não para o ontem distante ou para o futuro ainda não presente, enquanto se trabalha com um presente inexistente.
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